Guardião
Ser de alma extrema honrada
que doa-se de forma exasperada
protegido pelos deuses do olimpo.
Na vida teria ouro e vinho tinto
mas abdica dos luxos e prazeres
e concentra-se nos seus deveres.
Mensageiro e poeta das estrelas
por quem dedica os seus feitos nobres
que provocam felicidade e, com humildade
sorri para os desafios que lhe desafiam
vencendo-os sem pestanejar sua glória
não os derrota, porém mostra-lhes que são incoerentes
com o presente que por hora é irreverente
hora consequente, hora intangível
hora impaciente, hora impossível! Todos, distúrbios da mente.
Porque se tudo for seguido da paz de espírito
a mente sossega em seus cantos doentes
e revela-se na pura luz da alma ilustre
o caminho escolhido pelo guardião sem fuste.
O caminho é claro e lúcido,
simples e incrusto.
Em seu âmago infinito
sentado em seu templo atento
esperando o novo desafio
enquanto o vento lhe sopra os cabelos
indicando por vezes novos tempos
surgem momentos dignos de caminhar o descaminho
fruto da luz da negra escuridão és o alto desafio
no fundo da visão unilateral, vê-se o falso percurso
que fere seu crepúsculo infuso tingindo-o de sangue vívido
tirando-lhe a ingenuidade do fixo tornando-se fluxo frígido
que aquece-se num amor híbrido de fogo, água, terra e vento
formando agora um ser de novo intento
viver seu antigo objetivo, mas agora sem mais qualquer sofrimento.