A lembrança do centenário
Se tiver alguma semelhança, é apenas uma mera coincidência,
este relato contado, não deixa de ser uma das histórias de nossa gente!...
O sr. Sebastião estava velhinho, mais de cem anos de idade,
tinha orgulho de suas origens, dum país longínquo africano,
que teu avô tinha vindo, mas veio como escravo mandado,
veio ele e os teus companheiros, açoitados por mãos insanas.
O velho Sebastião, não cansava de repetir aos netos as atrocidades,
na época da escravidão, história que ele sabia que foram dos teus antepassados
quando ele nasceu, já tinha raiado o sol, o grande sol da liberdade,
na infância tão distante, escutava com atenção os fatos relatados.
Ele bem criancinha e o avô já velhinho, contava o que acontecia,
na época da escravidão, os escravos sofriam tanto sem cessar,
contou dos irmãos mais velhos, que nos troncos muito padeciam,
açoitados tantas vezes, perto da mãe sofredora, que implorava pra parar,
foi quando uma vez o feitor, para castigar um dos irmãos,
naquele maldito tronco que o coitado morreu na maior judiação,
os escravos fugiam em arriscadas fugas, por estes sertões afora,
para escaparem das torturas dos teus maldosos donos,
aquelas histórias tristes, cada vez que as contava, algumas lágrimas rolavam,
disse que o avô sempre chorava quando contava as histórias,
por isso quando ele contava se emocionava também,
mas logo disfarçava o semblante, para que os netos não ficassem tristes,
E assim o centenário Sebastião, queria que a geração nova soubesse,
das maldades do passado, pra hoje no nosso país, conviver com harmonia,
teu país tão belo, grandioso, com descendência diversas, de vários povos por aí,
dessa bela mistura que tivemos, somos até muito admirados,
unidade, liberdade, sempre haveremos de ter e ser um povo muito amado,
e nunca ter mais aquilo que é contra a lei de Cristo, o racismo nunca mais!...
13/05/08