Um Novo Ano
Finda-se mais um ano...
Foi-se a tempestade e também a doce primavera,
Muitos caíram, outros levantaram do limo...
Consideramos palavras, esquecemos gestos e perdemos impulsos...
Nos comprometemos e desistimos,
Realiciamos o pensamento...
Fechamos as portas, e percebemos que por elas nada mais entrou...
Abrimos os olhos, e as nuvens foram passando...
O sol se escondia, mas sempre voltava,
As lágrimas desciam, mas logo secavam...
E os dias foram passando...
Como tijolos que se acentam aos poucos em uma construção...
Preparamos a massa com as nossas próprias mãos...
Lembramos de nossas mães, nossos pais, talvez até tenhamos esquecido de nós...
Pensamos também nas crianças, e o que realmente somos, para elas...
Perseverantes ou frágeis, verdadeiros ou falsários, inteligentes ou caretas...
Anunciamos a boa nova todos os dias, e esquecemos de nos sensibilizarmos,
É porque ainda somos imperfeitos...
Esquecemos da esperança, e nos entregamos ao mêdo;
Esquecemos da vitória, porque sempre nos achamos derrotados;
Esquecemos as coisas de valor, porque as fúteis são mais práticas;
Sabemos do melhor, mas nos conformamos com o pior...
Não nos preocupamos com ninguém, porque no fundo, iludimos a nós mesmos...
Anunciam-se as datas festivas, aniversários e comemorações, e nós sempre baixamos a cabeça, quando tudo isso passa...
Pois os dias continuarão passando...
E nós aprendemos muito, mas muito ainda não compreendemos...
Apanhamos muito, mas esse muito ainda não nos foi suficiente...
E nos perguntamos, O qe realizamos?
Fizemos duas ou três viagens no ano?
Compramos roupas novas?
Conhecemos alguém diferente, que por si, já se foram?
Dormimos e acordamos, e permanecemos na mesma cama?
Muito pouco para 365 dias que se completam...
Em alguns segundos o óvulo fecunda, e subitamente a vida se finda...
Continuamos envelhecendo, porque os dias realmente passam...
E para onde nós crescemos?
A estatura permanece a mesma...
As esculturas mais belas, desgastam-se com o tempo...
Os dias melhores também passam...
Os meses, acumulam ressentimentos...
Os anos oferecem conquistas, e as mesmas são eternas.
Na noite silenciosa e triste do Natal, lembramos da morte e ressurreição do cristo,
Que em troca do amor dispensado, recebeu pregos e espinhos...
Na virada do ano, onde abrem-se champanhes e saboreiam-se vinhos, nos despedimos de mais uma oportunidade, de mais um curso completado, de mais uma lição que, com sabedoria, deveríamos aprender...
A vida se faz das coisas novas que descobrimos, pois as velhas passam, porque elas próprias insistem em envelhecer...