Payada da quarentena

Hoje, tempo de verter a dor, minha alma segue

O mesmo raio de sol que alumia os campos abertos

Sempre com a coragem de quem enfrenta as tormentas

A terra é minha herança! Não há Rio Grande sem seu povo

E nem dilúvio que apague o brilho de um rio que canta!

Nas águas que cobrem nossa terra, um lamento ecoa

Dos campos alagados ao grito das casas perdidas

Lágrimas que se misturam às chuvas impiedosas

Mas no peito do gaúcho, o fogo não se apaga

E a esperança é a âncora que nos guia pós enchente

Venceremos mais esta batalha, com braço forte e alma pura

Entre solidariedade e reconstrução, erguemos nosso lar

Porque somos o eco dos Farrapos, a força do chão batido...

E nesta guerra ambiental, lutamos não só pela terra

Mas pela alma gaúcha que é eterna peleja e reconstrução

Decimar da Silveira Biagini

Poema metafísico, inspirado no eterno poeta Jayme Caetano e em Gn 8,6