A genealogia quântica do corpo genético.
Eu nasci a billhões de séculos atrás, no antigo continente africano, quando ainda sequer existia a África.
O universo era todo infinito, escuro e frio, o cosmo profundamente desértico.
Sou produto do mero acaso, da antimatéria formatada, resultada do princípio da incausalidade.
Já fui tudo nesta longa história genealógica, da minha existência psicogenética, de átomo quântico a primeira célula mater, até ao nascimento do único DNA mitocondrial.
De tantos outros animais na longa escala evolutiva, de prossímio a proto hominídeo, de hominídeo ao homo sapiens, hoje sou o homo de neandertal.
Deste modo, de bicho ao homem negro, do mesmo ao branco, atravessei a faixa de gasa, cheguei a velha Mesopotâmia.
Da Pérsia ao Norte da Europa, do mundo nórdico a Espanha e Portugal, deste último ao nosso Brasil, do Triângulo Mineiro a cidade São de Paulo, todavia, pisei novamente no solo do antigo continente.
Estudei diversas disciplinas formando em Filosofia, especializando em Filolofia, Genética e Astrofísica.
Hoje sei de onde venho para onde vou e qual será o futuro do universo.
Era negro hoje sou branco, caipira hoje acadêmico, superei os múltiplos habitats.
Todavia, sei para onde vai definitivamente a minha energia quântica, os sóis vão perder o hidrogênio, tudo voltará ao velho princípio da causa como produto da anti causa, na criação do nada como fundamento.
A epistemologização do princípio da incausalidade.
Deste modo, voltarei a ser o que sempre fui, o universo vazio, escuro, frio e desértico.
O eterno retorno da matéria e a morte definitiva da alma.
Edjar Dias de Vasconcelos.