CÂNCER
Tem gente que desconhece essa dor muito profunda,
Que às vezes até se esquece porque que veio ao mundo!
Bem assim meus ajustados, na sociedade perfeita,
E que se diz por direita num abismo quase imundo!
Estou falando de câncer, moléstia liquidadora,
Não é para dizer o que sabem, mas é assim na espreita,
Ela vem e leva a gente até parece desfeita!
Não é desfeita que nada, esses potreiros de aguada,
Agora ficam na memória daqueles que não se ajeitam!
Primeiro a dor se aproxima, igual um jeito tirano
Não sei o que faz depois no mas é dor é como uma eguada,
Disparando num varzedo, até que é um bagual forte, quase que aragano!
Mostrei para o tempo resoluto, o que era quase nada!
Muitas vezes o que sentimos é de potrilho invernado,
Pois a dor nos acompanha quase sempre entreverada,
Sentindo na alma aflita, tristezas dores e mais nada!
E a dor vem e se aguça a cada dia, diálogo não existe mais!
Até o ponto de falar que já está tudo encomendado,
Não sei pra que, nem por que, as angústias e meus ais!
Foi no cano da bota que encontrei meu eu altaneiro,
Talvez de um jeito maneiro quase sempre remendado.
Foi tua voz bem divina que me tornou consolado:
"Estou aqui meu amor, e quero ser encomendada!
Em nome da Trindade Santa, que é una e derradeira,"
Busquei o Padre que na hora veio buscar tua verdade,
Sobre a minha promessa santa de quem conhece a Divindade,
Te disse na tua dor que terias a Eternidade!