Ao Deus Desconhecido

Antes de prosseguir em meu caminho

e lançar o meu olhar para frente uma vez mais,

elevo, só, minhas mãos a Ti na direção de quem eu fujo.

A Ti, das profundezas de meu coração,

tenho dedicado altares festivos para que, em

Cada momento, Tua voz me pudesse chamar.

Sobre esses altares estão gravadas em fogo estas palavras:

“Ao Deus desconhecido”.

Seu, sou eu, embora até o presente tenha me associado aos sacrílegos.

Seu, sou eu, não obstante os laços que me puxam para o abismo.

Mesmo querendo fugir, sinto-me forçado a servi-lo.

Eu quero Te conhecer, desconhecido.

Tu, que me penetras a alma e, qual turbilhão, invades a minha vida.

Tu, o incompreensível, mas meu semelhante,

quero Te conhecer, quero servir só a Ti.

[Friedrich Nietzsche]

ohevet
Enviado por ohevet em 21/04/2008
Código do texto: T955661