Retrato e súplica ao Bom Pastor
Ó, meu Bom Pastor,
Vem comigo e vê.
Eu sei que tudo vês,
Mas quero falar-Te e
Mostrar-Te as coisas do jeito que
Vejo, para que faças como só Tu sabes o que
Precisa ser feito.
Vem, Senhor, e olha
Quantos carros parados
Perto dos hospitais!
Quantas visitas fazem, quantos doentes trazem!
Senhor, olha quantos corações
Partidos, quanta mágoa,
Quanta dor e abandono nesses corações
Traídos em suas essências e raízes!
Senhor, olha as ruas e jardins
Desertos de pessoas felizes.
Ficam só os vagabundos,
Os que não têm ninguém.
Olha, Senhor, as casas,
Há nelas um lugar onde
As pessoas quase não se falam,
Onde fica a televisão.
Senhor, olha os prados:
Quase não há pássaros nem insetos
Fazendo algazarras;
Quase não há prados!
Senhor, olha o Homem,
Ele está doente e a Natureza agoniza.
Acode, Senhor, que para Ti
Ainda há tempo.
Salva o Homem de si mesmo,
Salva a Terra em seus estertores.
Põe um coração sensível em cada um de nós
E une-nos, para que
Ouçamos Tua Palavra e
Teu sensato Ensino.
Vem, Senhor, e caminha
Conosco até o fim dos
Tempos, como prometeste.
Não te canses de nós
E salva-nos até mesmo
A despeito de nossa vontade. Amém.