Serenidade!
Senhor,
o que acontece comigo?
Sempre fui serena, calma, tranqüila.
Será que cansei de ser pateta,
de levar patadas de todos?
De ser a tola?
Enfim, não estou gostando do produto final.
Sei que sempre pedi mais intolerância.
Sim, porque passei minha vida toda sendo tolerante demais.
Até a médica disse-me que estava sofrendo de hostilidade reprimida.
Mas, já não sou eu que vive em mim.
Não sei mais o que pensar.
Não suporto mais nada de ninguém.
Também não acho que deva suportar.
Paradoxo total.
Por isto, sempre digo, cuidado com o que pedes a Deus.
Não fales com discurso inflamado.
Afasta-te das mãs palavras.
Cuidado!
Deus poderá ouvir-te.
E, pior, atendeste.
Levarás então uma cruz que não era bem a que querias, mas que a pediste porque deixaste te levar pela fúria momentânea de teu coração.
Cuidado!
E, por mais difícil e tolo que pareça, é a serenidade que devemos pedir ao Senhor a todo momento, a todo instante. Ela nunca é excesso. Ela é, na verdade, sabedoria.