A tua Graça me basta!

Justo,

Santo

e sublime Deus de meus pais:

Meu ser se humilha por completo diante de Ti,

ciente de incomensurável limitação e fraqueza

em mim, de todos os vacilos e temores

mais íntimos,

dos atos inexatos

de quem duvida,

dos versos inacabados de quem mente,

tal a natureza caída,

tal a natureza caída.

E enquanto ouves a prece deste cidadão

enclausurado em fragmentos de personas tantas,

peço-te, Senhor dos Exércitos,

faz nascer em mim o caráter do Filho Teu.

O fulgor manso e suave da Glória,

o cântico dos justificados em Cristo Jesus,

o decreto de quem está liberto para ser escravo teu,

a Graça que limpa todo e qualquer pecado.

Pai,

como tal percepção poderia se dar,

enxergar assim em mim

tua herança

pelo sangue do Herdeiro,

mistério que revelas

àqueles que não saberiam

interpretar ou crer?!

Enquanto dói...

Meus joelhos te adoram,

meus lábios te invocam:

São águas muito profundas,

trevas demasiadamente densas,

são suspiros de outrora

em terrores de agora,

outra lágrima,

outro adeus,

alheios sentimentos

desencontrados

cá no peito,

e apenas uma certeza...

O meu socorro vem de Ti!

Escuta, Senhor:

SE EU CAIR,

DEIXE-ME APENAS CAIR,

E AO CONTEMPLAR A TEMPESTADE

A ME TRAGAR,

TRAZ AOS MEUS OLHOS

TEU CAMINHAR SOBRE AS ÁGUAS,

MESMO QUE SEJA PARA CARREGAR

MEU CORPO FINDO E PASSAGEIRO.

Será glorioso (e suficiente!) reconhecer

o rosto Daquele que me salvou.

A tua Graça me basta!

Marcos Karan
Enviado por Marcos Karan em 17/06/2024
Código do texto: T8087940
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