Senhor

Carrego pesos demais

Das saudades que me sangram

feito mar, que vem e vai

O senhor sabe o quanto luto

para deixar fluir igual a um rio

sem retorno para o mesmo lugar

O senhor sabe o quanto espero

O quanto agradeço no meio do mar vermelho

eu não desanimo

Eu sigo

E sei que vigia

No meio dos desertos que em mim desmatei

Cada queda de uma raiz é um pedaço de mim que se desfaz

é um pedaço da minha história cravada nos espinhos que cultivei

Eram rosas lindas que admirei,

mas o sentimento ruim me desvendou e sua beleza ruiu

me cortaram a pele para ser a oferenda para eles

comemoraram minha dor

Mas não estive sozinha,

O senhor estava a todo momento me curando

Me acalmando

para olhar com os olhos do perdão

Pensam que morre o que é bom,

Mas renasce o melhor

As melhores almas não tem olhos de inimigos

Não criam vinganças

Não alimentam o mal

As melhores, perdoam,

Continuam seus caminhos, curando suas feridas

Sem causar dor a ninguém

As melhores reverenciam o amor

Suas escolhas são alicerces de sabedoria

e edificam a vida

As melhores agradecem ao mal

o Bem que eles nos fizeram

Fortificaram-nos

Estive cansada no caminho até o calvário

Mas tu me destes a vida

Sabes que tento na minha peregrinação

Não desanimar

Sabes que tento entender os caminhos que me guio

Não perdeu a fé em mim

Ainda me seguras com as tuas mãos

Mesmo sendo pecadora

Porque metade de mim ainda é erro

E a outra salvação

Dory Mendonça
Enviado por Dory Mendonça em 31/03/2024
Reeditado em 31/03/2024
Código do texto: T8031928
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