Senhor
Carrego pesos demais
Das saudades que me sangram
feito mar, que vem e vai
O senhor sabe o quanto luto
para deixar fluir igual a um rio
sem retorno para o mesmo lugar
O senhor sabe o quanto espero
O quanto agradeço no meio do mar vermelho
eu não desanimo
Eu sigo
E sei que vigia
No meio dos desertos que em mim desmatei
Cada queda de uma raiz é um pedaço de mim que se desfaz
é um pedaço da minha história cravada nos espinhos que cultivei
Eram rosas lindas que admirei,
mas o sentimento ruim me desvendou e sua beleza ruiu
me cortaram a pele para ser a oferenda para eles
comemoraram minha dor
Mas não estive sozinha,
O senhor estava a todo momento me curando
Me acalmando
para olhar com os olhos do perdão
Pensam que morre o que é bom,
Mas renasce o melhor
As melhores almas não tem olhos de inimigos
Não criam vinganças
Não alimentam o mal
As melhores, perdoam,
Continuam seus caminhos, curando suas feridas
Sem causar dor a ninguém
As melhores reverenciam o amor
Suas escolhas são alicerces de sabedoria
e edificam a vida
As melhores agradecem ao mal
o Bem que eles nos fizeram
Fortificaram-nos
Estive cansada no caminho até o calvário
Mas tu me destes a vida
Sabes que tento na minha peregrinação
Não desanimar
Sabes que tento entender os caminhos que me guio
Não perdeu a fé em mim
Ainda me seguras com as tuas mãos
Mesmo sendo pecadora
Porque metade de mim ainda é erro
E a outra salvação