Anelo: A busca pela Deidade

Em meio à imensidão do universo, onde as luzes mais distantes brilham, eu desejo tocar a tua presença, ó divindade. Quisera eu viajar entre as galáxias e sentir a grandiosidade da tua existência em contraste com a minha finitude. Quisera eu mergulhar no chão molhado pelas tuas lágrimas mais sentidas no Getsemâni, onde a dor e a entrega se fundem em um só momento.

Desejo ser a solidão do teu deserto na Judéia, para que possamos estar juntos, em silêncio, em comunhão de almas. Quisera eu ser o pó que se apegou às tuas sandálias, testemunhando cada passo que deste neste mundo terreno. E também ser o nardo puro que perfumou os teus cabelos na casa de Simão, uma oferenda de amor e devoção.

Quisera eu ser como a migalha do teu pão abençoado, compartilhando a tua bondade com todos os seres, inclusive os mais simples e humildes. E ser o assoalho ensopado pelo bálsamo do nardo puro, absorvendo a fragrância da tua presença divina em cada fibra do meu ser.

Anseio ser a alegria das crianças que te acolheram com ramos e sorrisos na entrada triunfal, celebrando a tua chegada com inocência e pureza de coração. E também ser o cálice de vinho, o pão que partilhaste, o cenáculo que te acolheu em momentos de partilha e comunhão.

Quisera eu ser as tuas lágrimas derramadas, para aquecer a tua tristeza no chão do meu jardim, onde a compaixão e o amor se encontram em um abraço acolhedor. E experimentar o odor do teu perfume mesclado com a fragrância das oliveiras, uma mistura divina que embriaga a alma e suaviza o coração.

Na noite mais fria, na casa de Caifas, eu desejo ser o calor que te envolve, o abraço que te conforta, a presença que te acolhe. O teu cheiro de nardo puro suavizaria a minha alma, embriagando-me com o teu amor incondicional, que transcende todas as barreiras e limites.

Assim, em cada suspiro, em cada pensamento, em cada desejo, eu me entrego à tua presença, ó divindade, buscando a conexão mais profunda, a comunhão mais sincera, o amor mais puro. Quisera eu...