Experiência de Deus
                                Oração Meditativa

                                O Filho Pródigo I .

No Evangelho de Lucas encontramos uma das mais belas parábolas de Jesus, A Volta do Filho Pródigo. E todas as vezes que eu a leio percebo algo novo, diferente, que me leva a novas reflexões. Trata-se de profunda meditação sobre a misericórdia divina e a nossa vida neste mundo.

A parábola discorre sobre o filho mais novo que pede a seu pai que lhe dê a sua parte na herança a que tem direito e, depois, sai pelo mundo esbanjando tudo em uma vida desenfreada. Quando tinha gasto tudo e ficou sem um centavo, veio uma grande fome na região e ele começou a passar por necessidades, pois não tinha o que comer, onde morar e muito menos trabalhar. Mendigou serviço e conseguiu ir para a roça cuidar dos porcos de um fazendeiro. Sua necessidade era tanta que ele queria matar a fome com a forragem que era dada aos porcos e nem isto lhe era permitido.

Desesperado, uma noite caiu em si e lembrou-se : -“quantos empregados de meu pai tinham comida com fartura, tinham trabalho e casa para morar com a família”, e ele ali passando fome. Resolveu, então, levantar-se e voltar para casa, pedir perdão ao pai e rogar que este o tratasse como um de seus empregados, pois já não merecia ser tratado como filho.

Ao chegar em casa foi recebido com a compaixão do pai que o cobriu de beijos, abraços e mandou organizar um grande banquete para comemorar o renascimento de seu filho.

Podemos ficar horas meditando sobre esta parábola e chegaremos a inúmeras conclusões. Quem é o pai nesta parábola ? É Deus e sua imensa misericórdia. E quem é o filho mais novo ? Somos nós quando estamos neste mundo.

Chegamos aqui vindos da casa do Pai, com arrogância e presunção acreditamos que o mundo nos pertence e nos entregamos as paixões e desejos desta vida. Ficamos tão cegos que nos apegamos a tudo. Agimos como se os bens daqui tivessem algum valor. Passamos a vida agarrados a ganância, a ambição, a inveja, ao ciúme, ao ódio, a vingança.

E um dia acordamos para a verdade. Percebemos como estamos errados e voltamos para a casa do Pai, suplicamos perdão pelos nossos deslizes e nos colocamos de joelhos em gesto sublime de humildade e remorso. E somos recebidos por Deus de braços abertos, com amor e compaixão. Nada de humilhações ou repreensões, pois Deus sabe que a experiência que vivemos é suficiente como “puxão de orelha”. 

Ao determinar a seus empregados que busquem túnica nova para vestir seu filho, calçar-lhe sandálias e colocar anel em seu dedo, o que isto significa ? É Deus resgatando a dignidade de seu filho que tinha morrido e renascia naquele instante.

Quantos de nós saímos pelo mundo afora fazendo besteiras ? Temos a oportunidade de nos reconciliar com Deus e voltar para casa, mas a soberba nos impede. Preferimos continuar no caminho errado, pois não podemos nos humilhar diante de nossos semelhantes, não podemos pedir perdão e muito menos perdoar, pois seria demonstração de fraqueza. Somos do tipo que come “mortadela” e arrota “presunto”.

Alguém disse uma vez : “ - Jesus desceu aos infernos”. Exatamente. E o inferno não seria aqui mesmo ? Nós, seres humanos, não transformamos este mundo num verdadeiro inferno ? O que temos hoje ? Exclusão social, fome, miséria, escravidão, corrupção, guerras, invasões, drogas, aids, pedofilia, sequestros, estupros, assassinatos e muitos outros crimes. Será que no inferno existe algo pior ? Por que será que Lúcifer gosta tanto daqui ? Não será por que ele se “sente em casa” ? E você, o seu coração pertence a Deus ou você já é escravo das trevas ?

A vida é boa. É para ser vivida com alegria e felicidade. E isto só é possível quando há amor e solidariedade, quando valorizamos, primeiro, os nossos semelhantes. Quer ser feliz ? Faça os outros felizes, mas sem esperar reconhecimento ! Quer ser feliz ? Desapegue-se dos bens materiais deste mundo.

Meditando : Leia Lucas 15, 11 – 32 e medite sobre tudo isto. Faremos outras meditações ainda sobre esta parábola.




Leandro Cunha
Enviado por Leandro Cunha em 03/01/2008
Reeditado em 07/07/2008
Código do texto: T801073
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