DEUS
Clamo sua presença, mas já és onipresente e mais ciente do que eu
Resta-me cultivar a humildade e aceitá-lo?
Acredito que sim, meu bom Deus
Suplico a ti: inteligência e sabedoria
Que ser inquisitivo seja virtude aos seus olhos
Minhas dúvidas não são vis
Onde tu moras?
O que há antes de mim? Ou, até mesmo, antes de ti?
Mas nem tudo deve ser espaço e tempo
Intriga-me o fato do existir, pois não sei assimilar a ausência
Em algum lugar há de se existir o Nada
Onde penso ser sua casa
Sou fraco, confuso e opinativamente volátil
Me dê forças para acreditar nos meus olhos se apresentar-se a mim
Que venha até este grão de areia, que o Nada permitiu a existência
Quanto mais os homens desvendam mistérios, o Nada não reduz
Tu és a maior complexidade, sem sequer obedecer à natureza
Por fim, lhe rogo uma derradeira pergunta:
Por quê?