Morávamos em Belém, na Judéia, e pastoreávamos todas as noites os rebanhos no campo, pois era preciso proteger os animais dos predadores e ladrões. Sentávamos em volta de uma pequena fogueira e proseávamos durante bom tempo.
Era o mês de dezembro e, naquele ano, o céu estava especialmente lindo. Claro, límpido, as estrelas sobressaindo-se à frente daquele manto negro que se estendia pelo universo afora. Uma estrela chamava nossa atenção. Brilhava de forma diferente, como se quisesse nos dizer algo importante.
Era o assunto predileto de nossas conversas. O que significava aquela estrela ? E ficávamos divagando horas sobre isto. De repente, em uma certa noite, surgiu entre nós a figura de um anjo e em seu esplendor nos mostrava a glória do Senhor. E o anjo veio nos anunciar a boa nova : “- nasceu, hoje, na cidade de David, um Salvador, que é Cristo Senhor, e eis o sinal que vos é dado: achareis um recém-nascido envolto em faixas e deitado em uma manjedoura”. Ao terminar esta frase uma multidão de anjos surgiu ao seu lado louvando a Deus.
Recuperados do susto, fomos para Belém seguindo aquela estrela, pois tínhamos entendido qual era a sua missão. Lá encontramos Maria, José e o recém-nascido e contamos o que tinha sucedido e as palavras do anjo. Todos ficaram maravilhados.
Após reverenciar o recém-nascido, voltamos para o campo e um ardor de felicidade nos consumia por dentro. Cantávamos e louvávamos a Deus agradecidos por nos abençoar com aquela escolha. Pois tínhamos sido escolhidos para algo muito especial. Sentamos novamente ao redor da fogueira e discutíamos sobre quem seria aquele menino ? O que significava aquilo tudo ? Um ancião que estava sempre conosco nos abriu os olhos ao afirmar :
- Nasceu o amor, nasceu a compaixão. O Verbo se fez carne, pois Nele está a VIDA !
Feliz Natal !
Leandro Cunha e família.