Salmos do Rei IV

Se Deus mentir, que eu morra agora.

Se Deus faltar com a palavra,

que meus lábios se sequem e minhas narinas se derretam.

Se Deus se esquecer do seu aflito,

que minha língua se cole ao céu da boca

e que minhas pernas se quebrem.

Se Deus não cumprir suas promessas,

quero ser como o aborto que nunca viu a luz.

Se eu não ver a misericórdia de Deus na terra dos viventes,

que eu seja como tal.

Até quando meu rosto será lavado por desesperança?

Até quando serás indiferente comigo, pai?

Em que pequei para que tu me vires as costas?

Conheço minha iniquidade,

não transgredi contra ti.

Meu coração é reto, ando nos teus caminhos.

Por que me abandonas dessa forma?

Meus inimigos se ajuntam e minam minha felicidade,

riem de mim porquanto estou no pó.

Jejuarei e prantearei até a vigília,

procurarei Deus nos lugares desertos.

Que a minha força se resplandeça com tua justiça,

que minha boca glorifique ao Deus da minha vida.

Que eu adentre pelos portões celestiais com júbilo e alegria,

adorando ao meu fiel galardoador.

Os justos verão isso e se alegrarão,

Deus fez todas essas coisas...

Em ti esperarei;

tive dúvida mas não duvidei.

Tive sede, mas não fui ansioso.

Só o senhor é a minha rocha,

em ti confiarei.

TETELESTAI, assim seja.