Pobre diabo
Pai deste pobre mortal que sou tenha piedade
Cercado por abutres tão humanos que me enojam, tira- me ó pai do marasmo dessa condição tão miserável que me sufoca e me mata lentamente.
Ó pai cega meus olhos se não for pra ver o bem e desejar só que a vida alheia valha a pena sem egoísmo insano e desmedido.
Nesse corpo carcomido e velho, carcaça onde minha alma se encontra, tira de mim os cânceres e me traga a brisa da pureza que nunca tive
Sacode o mundo com tua força e tempestade e me dá o susto de saber através dessa experiência a minha mais cruel e vil mortalidade.
Esmaga meu egoísmo e me castiga com tua ira, proclamando a minha desgraça e me trazendo o merecimento da dor.
Pobre diabo maldito!
É isso o que sou!
Me corta com tua navalha e faz sangrar com toda a força toda a mediocridade que possuo, mas me refazer melhor!
Depois de tudo isso pai, joga meus restos às feras das trevas pra que não sobre nada desse ser tão odioso!