Lutas e indagações.
Aqui sentado, pensativo, a minha mesa,
Na nobreza destes versos dedilhados,
Vou compondo aos poucos detalhados
Pensamentos que me vem, com sutileza.
Do imenso céu, repleto de figuras
Fulguras, Deus, no silêncio e no vácuo
Pactuo em crer, meu ser imáculo
Que te consagro, nas mais íngremes alturas!
Se crer somente, sem te ver basta,
Da casta, eleito, por bondade e por escolha,
Recolha meu louvor, pois o amor não gasta!
Como das árvores, recolhe o vento a folha!
Sem ver-te, na penumbra, à noite ao céu olho,
Molho meu rosto, na presença da emoção sentida!
Na prece que silenciosamente é erguida...
Neste vasto vácuo, em Ti, me apoio.
Quem me dera, Te lembrares dos momentos,
Onde tormentos em volta de nós, turbilha,
Marulhos de revolta, preparam armadilha,
E eu aqui, parado, e tudo em movimentos!
A vã matéria, a Ti ó Deus, adora,
Agora grato, por tantos benefícios,
Pois toda a dor já lançaste fora
E não tem preço a Paz que sinto agora
Por maior que fossem os sacrifícios!