O Cântico de Ana (I Samuel 2, 1-10)

Meu coração exulta no Senhor,

no Senhor minha força é exaltada,

Minha garganta entoa o louvor

diante daqueles que me querem derrotada.

Eu me alegro em tua libertação,

Pois tu és, Senhor, o único santo,

A ti faço ressoar esta canção,

Meu Deus uno, eis a ti o meu canto.

Tu és, Senhor, a minha Rocha,

Não há outro Deus tão poderoso,

Tua força em minha vida desabrocha,

Tu derrotas o altivo e orgulhoso.

Que se emudeçam os arrogantes,

Pois em Deus só há sabedoria

E ele envergonha os ignorantes,

Julga os atos que dos homens tem autoria.

O Senhor quebra a arma dos fortes

E dá força aos braços dos fracos,

Dos famintos ele muda a sua sorte,

Mas os saciados agora reviram sacos.

Os que tinham em demasia

agora trabalham para sobreviver,

mas os que sofriam de anemia

agora comem para poder bem viver.

A que era estéril gera sete filhos,

mas a que tinha muitos rebentos

Perde seu natural brilho

E é desprovida dos seus talentos.

O Senhor dá a vida e também a tira,

Ele faz descer à cova e dela resgata,

Ele dá a riqueza, mas também retira,

Enobrece o mendigo, empobrece o magnata.

Retira da lama o necessitado

e do monte de cinzas ergue o pobre,

faz habitar em castelo o desabrigado

E o rejeitado, de carícias, ele cobre.

Tu guardarás os pés dos teus fiéis,

mas os ímpios levarás para as trevas,

Tu não conservarás a vida dos cruéis

Mas a vida dos justos tu preservas.

Não é a força que dá a vitória,

O ser humano vence pela justiça,

Quem se opõe a Deus não tem glória,

Mas padece por sua cobiça.

Deus trovejará contra opositores,

Julgará até os confins da terra,

Despedaçará todos os malfeitores,

Contra os arrogantes fará guerra.

Adaptação: Aberio Christe

Aberio Christe
Enviado por Aberio Christe em 23/02/2021
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