ORAÇÃO MARÇO 2019

Bom dia, Pai.

O dia está lindo, vejo através das câmeras de vídeo... não sei se o sol nasceu, devia estar fora de casa, sentindo a brisa em meu corpo como Teu afago sobre mim. São tantas coisas que eu devia fazer, mas por comodismo, por não querer me afastar tanto da minha zona de conforto, permaneço atendendo os desejos do meu corpo.

Assim vai passando o tempo, a maior parte dele atendendo ao que deseja o corpo, mesmo sabendo o que desejas, Pai, e que eu quero fazer a Tua vontade, mas não foco nisso, como Jesus fez e até Paulo, cruel perseguidor, terminou por fazer tanto a Tua vontade que sentia não ser ele mais quem vivia, e sim o Cristo a quem ele obedecia.

São tantos caminhos, Pai, que sei, colocas à minha disposição, reconheço, mas mesmo querendo segui-los, fico sentado à beira do caminho, como dizia Erasmo Carlos em sua canção, e que não podia mais ficar parado a esperar...

Parece até que eu quero que o Senhor me pegue pelos braços e me conduza desacordado, deixando apenas os seus passos na areia. Não é isso que eu quero, Pai, já tenho maturidade para saber que eu devo caminhar por onde o Senhor aponta, devo vencer a resistência do corpo que deseja outra coisa e se expressa na minha mente obtendo o que quer, frente a frágil vontade do meu espírito.

Estou cercado de iniquidades neste vale de provas e expiações onde eu renasci. Esta é a minha prova, encontrar no meio de tantos caminhos à minha disposição, aquele que melhor faz a vontade do Senhor. À saída desse labirinto me dará o passe para outro planeta de melhores condições, onde eu possa regenerar melhor a minha alma, afastado de tantas iniquidades como por aqui.

Como pedir ao Senhor, sabendo que devo ser o artífice da minha evolução? Sei que o Cristo disse: pedi e obtereis.

Fico a fugir dos meus trabalhos mais intensos, meu potencial de certa forma fica desperdiçado. Entro em reflexão e encontro todos os meus pecados, mas que fazer? Dizer que estou arrependido deles e aceitar a punição que for imposta? Parece ser o mais ético. O problema é que sinto não ter forças para corrigi-los, e mais uma vez no próximo mês, a mesma confissão sairá da minha boca, dos meus dedos numa digitação como esta. Não seria mais simples eu pedir forças e sabedoria ao Senhor, e tudo de mais que eu precisasse, e fosse devidamente atendido, pois sei que o Pai jamais deixa de dar o que o filho pede, se aquilo é conveniente para ele?... Mas por que na minha consciência algo diz que assim está errado, que eu devo alcançar pelos meus próprios méritos e não pelos méritos de ninguém, mesmo que seja doação do Pai? Orgulho? Prepotência?

Mas vou me arriscar, Pai, e pedir pelo menos uma coisa, que me ajude a discernir o certo do errado, a mentira da verdade, o que posso e o que não posso fazer: a sabedoria.