Pai...que eu aprenda

Pai...

Que eu aprenda a nascer e morrer todos os dias

Que eu aprenda a hora certa de plantar e de colher

E mais ainda, o fundamental, qual a melhor semente semear

Para que a colheita seja de bons frutos

Que a sombra seja da árvore dos justos

Pai...

Que eu aprenda com a natureza a necessidade das estações

Que é preciso perder as folhas para que outras me vistam depois

Como forma de perceber a perfeição da sua Lei

De constante transformação

De constante renovação

Pai...

Que eu aprenda com a tempestade que tudo devasta

Que tudo derruba e arrasta

Mas que é como um desabafo dos céus acinzentado

Dolorido pelo o esgotamento dos tempos sombrios

Mas que depois tudo renova trazendo novos ares

Pai...

Que eu aprenda com a dureza fria e salgada das lágrimas

Que é preciso a dor pra para poder crescer

E reconhecer os passos que foram dados

E aos poucos selecionar os caminhos

Onde realmente compensa pisar

Vavá Borges
Enviado por Vavá Borges em 06/05/2018
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