Altares de Versos
Aos discursos do pastor, máximo respeito, a guia que levo no peito
Me constrange à reverenciar do mesmo jeito
Mas desde que o mundo é mundo existem intolerantes
Pra tentar apagar o legado dos reinados de antes
Babalaô, Yalorisà lutam pra preservar
O terreiro, ensinando seus filhos se proteger, revidar
E que essa luta já ultrapassa tempo e espaço
Por isso no presente minha parte em versos que faço
Que não me impede de crer sem pânico
No céu dos poeta louco, desencantado, macumbeiro, xamânico
De almas incandescêntes que se fragmentam em refrões
Caminho solitário vivido por milhões
Agô pra chegar, reverência pra saudar
Pra sanidade da mente, flores pra Yemanjá
Meu ato de confiar me interna outra vez no estúdio
Tento mostrar luz pro mundo que nos olha com repúdio.
D'Santos