Oração do Missionário
Reflexão:
Vivemos na pós-modernidade, na sociedade do espetáculo, como descrito por Guy Debord em sua mais importante obra literária.
A cultura social sobre a imagem permanece no mesmo contexto dos anos sessenta do século passado. Contudo, inquietantemente a tendência social contemporânea é pular o muro do quintal do aceitável espetáculo e partir para a espetacularização.
Talvez daí derive o perigo dos novos desafios.
Sob essa tendência, desviamos a conduta e em consequência o objetivo. Passamos a nos mover como cobras, sem saber para onde vamos. Passamos a viver - além da sociedade do espetáculo - a era egocêntrica da exposição sem limites e do exibicionismo social, com todos os riscos inerentes.
Nesse particular, até mesmo quando potencializamos uma boa ação, podemos estar sendo maléficos para a própria ação. O ato perde o sentido privado, resguardado, como devem ser as atitudes cristãs sempre voltadas para o bem.
Pela ostentação e pelo toque das trombetas diante de nós mesmos, não guardamos o necessário segredo e o ato se transforma exageradamente em acontecimento público, contrário à vontade de Deus, como descrito no ensinamento de São Mateus “quando dás a esmola, não saiba a tua esquerda o que faz a tua direita; para que a tua esmola fique escondida, e teu Pai, que vê o que fazes em segredo, te pagará (Mateus 6, 3).
Oração:
Assim pedimos Senhor: dai-nos o valor desinteressado de praticarmos a caridade material, sem fantasias, de modo ético, com habilidade de verdadeiros servos cristãos, fazendo o obséquio salvaguardando a dignidade humana, limitando nosso orgulho só aos nossos corações, resguardando-nos da vaidade, imitando a Tua generosidade, sabendo viver na sociedade do espetáculo sem praticar a espetacularização, enquanto missionários escolhidos.