Do Pó

Eu era cego, fez-me ver. Surdo, fez-me ouvir. Perdido, encontrou-me. Nu, vestiu-me. Só, andou comigo. Faminto, saciou-me. Sedento, levou-me à fonte de todo bem. Doente, curou-me. Preso, libertou-me e levou cativo o cativeiro. Ignorante, mostrou-me a sabedoria. Morto, deu-me vida. Menti, e mostraste-me a Verdade.

Era triste, tu me alegraste. Arrogante, derrubaste-me. Devia, perdoou-me. Quando achei-me forte, mostrou minha fraqueza; quando achei-me fraco, deu-me força. Fugi, resgatou-me.

O que viste em mim, pequeno entre bilhões? Conduziste toda a minha vida para me levar àquele lugar onde Tua glória me quebrantou. Humilhado, ciente de meus pecados, clamei por Ti. Não sabia como pedir nem tinha forças para gritar, por isso apenas levantei as mãos, e o Senhor me tomou.

Hoje estou rendido, venceste-me com tua Palavra, arrancaste um coração de pedra para colocar um que te amasse. Finalmente abandonei a loucura de fugir de Ti. Já não pertenço a este mundo. Cristo, tenha misericórdia deste monte de pó.

Soli deo gloria.