Oração de todos
Perdoai-me...
Pelo bom dia que não lhe dei,
até uma boa noite,
eu esqueci... perdoe-me.
Perdoai-me...
Pelo brinde não realizado
Pela música não ouvida
E, pela não despedida,
perdoe-me.
Perdoai-me...
Por eu não apreciar a natureza,
que todo dia me desperta
com seu coral de pássaros
cantarolando,
me alegrando... perdoe-me.
Perdoe-me...
Se o perfume da flor eu não
senti,
Se do Sol e da Lua me
esqueci; perdoe-me.
Perdoai-me...
Por todas às vezes que fui
tão egoísta, nem um pouco altruísta,
pensando apenas em mim,
então, perdão.
Perdoai-me...
Pelos dias que passei pelas ruas,
e vi pessoas nuas, cujos olhos falavam,
tristes... nem brilhavam, pois
careciam de comer, de beber,
de vestir. Os seus olhares suplicantes
por um gesto de compaixão,
e eu, fingi não ver, que aquele olhar:
era de um irmão.
Perdoai-me...
Por discursar sobre o amor,
e ao longo da vida
loucamente persegui-lo,
contudo, sem de fato
conhecê-lo.
Perdoai-me...
Porquanto, essa neurótica
busca pela feli (cidade),
Tornou-me ignorante,
me fez esquecer
quem sou.
Perdoai-me...
Essa é a oração de todos nós,
que seja sincera como
uma criança,
feita com fé e esperança.
Seja Poesia...
Seja um mar de amar.
E que nossas vidas sejam:
um Orar sem cessar...
Amém.