Libere o Padre?
Missão da Diocese de Divinópolis, comandada pelo próprio titular do bispado, viajou em missão à cidade de Leandro Ferreira para exumar os restos mortais do Padre Libério Moreira, que se tornou figura de grande e crescente devoção de fiéis que viajam léguas e mais léguas, vindo até de outros estados para prestar-lhe homenagem e invocarem sua intercessão.
O Padre Libério faleceu há mais de trinta e cinco anos, e sua imagem, seus feitos, sua lembrança só engrandecem no coração e na esperança dos que a ele recorrem. No testemunho dos que o conheceram foi um homem de extrema simplicidade, devoção e sagacidade.
Em menino, vi-o uma única vez, á distância, numa de suas visitas ao povoado de São Gonçalo do Brumado. Cercado de gente naquela minha ruela empoeirada, batina preta surrada, um sestro nele se ressaltava:
a língua para fora, a toda hora, se projetava. Tive pavor e nem ousei aproximar-me do envolvente pastor.
A exumação a que se procedeu, dizem que na calada da noite aconteceu - quiçá para não despertar alguma reação adversa da parte de seus fiéis guardiães - é passo tido como necessário para se avançar no processo canônico de beatificação. Será que não valeriam os testemunhos, a memória, ainda tão frescos e tão intensos?
O bispo que presidiu o ato disse à imprensa que muito pouco foi encontrado na tumba emérita. Será que o padre se antecipou na sua caminhada para o céu?