ORAÇÃO JULHO 2015
Pai, estou na trilha que me oferecestes. Procuro ouvir os Teus conselhos e obedecer. Sei que as vezes me torno surdo, que não obedeço.
Mas Pai, tu sabes que eu sou fraco, indolente, medroso... por que colocas em meus ombros tarefas tão árduas? Não sabes que irei falhar, apesar do meu desejo de acertar? Será que é isso? Estás apostando nos meus desejos, nas minhas intenções? Naquilo que encontras dentro do meu coração?
Mas tenho vergonha, Pai! Quando devo agir e fico parado; quando devo falar e fico calado! Que instrumento é esse que não consegue fazer a Tua vontade? Mesmo sabendo que estás sempre comigo? Se eu colocar um pé na estrada, Tu me ajudas a colocar o outro logo em seguida para o passo se realizar; se eu consigo abrir a boca e emitir qualquer som, logo Tu o transforma em palavras sábias...
O tempo passa, Pai, logo minhas pernas não conseguirão andar a contento, minha mente não conseguirá pensar no momento... não serei mais do que uma alma encarcerada num corpo em deterioração... Que serve pra Tu? Talvez sirva pra mim, para que eu sofra o arrependimento em qualquer réstia de lucidez que venha à minha consciência.
Sim, tenho vergonha, Pai, tão preguiçoso e molenga e Tu, mesmo assim, me privilegia com a saúde, com meus sentidos perfeitos para perceber a beleza do que constróis ao meu redor...
Eu merecia um castigo, e um Pai, justo como Tu és, não se omitiria de corrigir pela dor o que não consegui aprender pelo amor. Mas, que digo eu? Eu sinto a dor do castigo, a dor na minha consciência de tudo isso que percebo de errado que faço devido as minhas imperfeições. Sim, são dores que me afligem a alma, que chegam a verter lágrimas de arrependimento, de não lutar com as forças que tenho para me afastar do mal que não quero fazer, da ociosidade que eu quero manter, dos prazeres que eu quero gozar.
Sim, Pai, entendo tudo isso que me proporcionas, o afago que me deixa uma criatura feliz; o castigo que me traz à responsabilidade! E assim eu sei que amanhã serei uma pessoa melhor do que hoje fui.