DESMISTIFICANDO O "PAI NOSSO"

Não sou religioso. E cada vez mais sou racional e humanista. Para mim, o Universo, por ser infinito, ou de dimensão inimaginável para nós humanos, não pode ter sido criado por qualquer tipo de inteligência que soa finita se a chamarmos de criadora. Teria que ter outra explicação o começo de tudo. Onipotente ou onisciente que fosse, esse originador teria que estar encampado pelo Universo.

Que esse ser tivesse tido um filho, que se tornara humano, e dado a ele poderes que só se expressam como magníficos para aqueles que vivem em uma realidade finita, cujo o total conhecimento dela é restrito a uns e desviados de outros, eu acho menos provável ainda. Se tivéssemos que destacar uma das criações do criador de tudo como a mais prodigiosa delas, estaríamos novamente limitando esse criador. Estaríamos atribuindo a ele características humanas como a da predileção ou a do favorecimento. Por essa razão, não me deixo levar pelos pontos centrais do cristianismo.

Jesus Cristo para mim é como Sócrates: ninguém sabe se existiu ou se disse o que dizem que ele disse. Mas, que o que é falado que ele disse pode servir como uma bússola para nos orientar quanto as partes misteriosas da vida terrena, isso é fato. Palavras que não tardam e nem falham. Podem atribuir a quem quer que seja que elas valerão.

E muitas dessas palavras estão presentes em um único conjunto de frases: a oração do Pai Nosso. Aqui vou dar uma decodificação místico-científica que muito pode ajudar às pessoas que procuram desenvolvimento humano. Vale a pena deixar a ira de lado por alguém ter tocado, apresentando controvérsias, no assunto delicado chamado religião e refletir a respeito dessa decodificação.

Pai Nosso que está no céu.

O criador de tudo que está no ápice da existência. Como se a existência fosse uma nave em viagem e ele fosse o condutor.

Santificado seja o vosso nome.

É só esse pai, essa força, que deve receber evocação e o mérito de criar e de ter criado qualquer coisa, pois é ele a origem.

Venha a nós o vosso reino.

Evocação solicitando a perfeição que há em tudo que ele cria.

Seja feita a sua vontade.

Deixando ao critério dele que essa solicitação seja atendida. Como se nos humilhássemos e reconhecêssemos nosso devido lugar na existência e não nos rebelamos caso não sejamos satisfeitos, afinal, somos limitados e nem toda razão para não termos sido satisfeitos entenderemos.

Assim é na Terra como é no céu.

Do mesmo jeito perfeito, harmônico e abundante que imaginamos ser o conteúdo original, evocamos para que seja também todo o conteúdo que experimentamos na realidade material.

O pão nosso de cada dia nos dai hoje.

Pelo simples fato de evocarmos essa racionalidade e vibrarmos nela temos tudo o que precisamos para continuar existindo, sem privação do essencial: ar, água, alimentos, abrigo, segurança.

Perdoai as nossas ofensas.

Perdoar é fazer com que alguém volte para o caminho desviado. Quando desviamos do caminho da perfeição nós ofendemos as leis da criação. Como quando nos atemos à coisas fúteis, fora de nossos propósitos.

Assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido.

Dote-nos de capacidade de fazer o mesmo com quem nos afronte por buscamos a perfeição, ou que deboche de nós por isso ou que nos tire ilegalmente do caminho que traçamos.

Não nos deixe cair em tentação.

Proteja-nos de desistirmos de buscar a perfeição. Mantenha-nos o foco e a disciplina.

E livra-nos do mal.

Afaste de nós tudo que porventura puder significar risco para que cumpramos a missão que nos prontificamos a cumprir.

Assim seja!

Se materialize.

Uma observação sobre a palavra "É", que se trata do verbo "Ser" em um instante eterno: Quando imaginamos algo que muito desejamos que se torne verdade, devemos utilizar a palavra "É" assim que o mentalizarmos. Funciona como o pressionar da tecla "Enter" após digitarmos um comando num sistema operacional de um computador. O "É" serve como um input. A coisa em estado "É" se encontra existindo. E para sempre. "É" é presente, permanente, intermitente. Pensar nisso é vincular-se com uma energia materializadora. A persistência em manter um pensamento recorrente em status "É" faz nos alternar entre a imaginação e a realidade objetiva. As duas coisas se fundem e nós nos perdemos. E quando vemos o imaginado projetado na nossa frente, o fazemos tão naturalmente, que achamos que não houve qualquer intenção nossa em produzir a própria realidade. Que é tudo fenômeno da natureza. Tamanho a força da vibração que a mentalização baseada nessa palavra de uma só sílaba e uma só letra é capaz de fazer.