MENOS VELOZ, MENOS FURIOSO
Num mundo acelerado
onde parece que estou num ponto de ônibus,
e diante de mim, os carros vão e vem,
sem fazer sentido algum,
muitas vezes lembram minha vida.
A necessidade de diminuir a velocidade,
veio junto dos anos,
que enrugaram meu rosto e branquearam meu cabelo.
Quero me permitir, ao menos, uma hora por dia,
não pensar em nada,
apenas parar e observar,
ouvir o vento, sentir o calor do sol na pele,
a brisa do começo da noite,
o perfume quase imperceptível de uma flor,
o cantar de um pássaro, e assim me encontrar.
Poder me perguntar como estou, como tenho conduzido minha vida,
o que tem me feito feliz, se ando satisfeito ou não,
ou seja, me conhecer um pouquinho mais a cada dia.
Minha paz aumenta com o tempo,
os anseios já não são tão vorazes,
me contentando apenas em estar em paz.
Paz esta, que equilibra, gera segundos preciosos diante dos desafios,
que me traz a sabedoria para entender algumas infelicidades,
e assim conhecer o grande trunfo para se viver em harmonia,
enxergar impessoalidade de tudo.
Aprender que o mundo, tem vida própria,
e que os acontecimentos, não necessariamente tem a ver comigo.
Sentir que não sou "perseguido" e que,
a fraqueza de um irmão,
é apenas a incapacidade de lidar com o fato dentro dele,
e não me sentir ofendido,
por ter sido de alguma forma atingido.
A paz de espírito, me torna melhor,
me dá forças e mostra, que apesar de muitos dissabores,
a vida ta ai para ser vivida, e cada instante,
não é mais nada, que um tijolinho na minha construção pessoal.