Lar
Que as constelações guiem meus passos,
pois eu já assumi aquela parte de mim
que meus antepassados renegaram,
que meus genitores renegaram:
meus pés não tem raízes,
eu não tenho um lar,
não tenho um refúgio.
É necessário construí-lo
por dentro,
já que fora não há material seguro o suficiente
para erguer minha segurança.
Eu já assumi aquela parte de mim
que eu tanto reneguei:
essa vida cigana,
essa vida andarilha
de nunca estar em um único lugar,
de nunca permanecer,
mas sempre flutuar,
sempre permear,
sempre dissolvida,
em cada olhar(lar) que me encanta,
e que eu quero ter, mas que o universo diz: "deixa passar".