Tende Piedade Elohin
Ergui meus olhos aos altos da noite e o “tudo” que compõe a imensidão
encheu-me do “nada”, mergulhei no abismo da solidão...Chorei gotas salgadas...
Mar violento, onde se perdem os amores e as magoas, nasceu de minhas lágrimas!
Minhas letras foram engolidas pelo silêncio do universo...
A escuridão tomou para si minha sombra e minha luz... Nasci em um soluço e morri seco em desorientado verso... E como renasço? Desfaço? Me despedaço?
O coração do criador mais uma vez explodiu no peito em dor...
Ergo meus olhos aos altos montes, e estes contemplam o infinito tal como eu...Vivem dias claros e quentes e também noites frias e escuras...Olham sempre ao horizonte, tranquilidade, mas por dentro queimam magma de agruras!
Donde virá o socorro, se os montes são tão vazios quanto os que se prostram aos teus pés?
Tende piedade de mim o Redentor de Israel, mesmo que meu sangue não seja de pastores e
sim caldo quente e corrente em artéria tupiniquim!
Subproduto somos do verbo amor incriado... Meu espírito, obra do insondável tal como o espirito de Elohin!
Somos o verde do mesmo pasto... Luz do mesmo céu por miríades coalhado!
Tende piedade de mim que tenho medo, tende piedade, pois sou grão de areia aos pés de uma rocha!
Tende piedade, Pai, pois grão também é rochedo! Parte do que lhe faz invisível, e a própria partícula se humilha, pois esquece que parte faz do inaudito!
Tende piedade, Pai, pelo que és e pelo o que sou, não julgue pelo o que por mãos pesadas foi escrito, pois assim nem o juiz escapará de ser condenado!
Não me julgues, me ame, pois tenho eu o coração aquebrantado pela solidão que respiro neste pequeno grande espaço, que divido com estrelas e teus filhos!
Noah Aaron Thoreserc
Enviado por Noah Aaron Thoreserc em 17/07/2013
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