Prece ao Acaso

Acaso que estás em todo lugar

Em todo tempo, em toda mínima partícula

Eu lhe suplico que me traga nada,

porque do acaso nada se pode esperar.

Oh, Acaso, que dentre todos os deuses,

é o único digno do louvor de todos os seres vivos e mortos

Pois sem tu não seriam eles vivos ou mortos,

também porque não condenas ou salvas ninguém,

mas sim és a própria condenação e a própria salvação.

Acaso, tu garantes-me todos os dias meu pão.

Oh, Acaso, deus irrefutável e incontestável

Dê-me o que quiser e que seja o que vier

Porque de ti não posso cobrar nada,

apenas agradecê-lo, oh, deus onipresente e onipotente!

Obrigado, oh senhor, por todos os momentos ruins nos quais me envolveu

Pois sem eles, o que seria de mim?

Apenas tu sabes, oh, senhor de toda respiração!

Graças a ti, bate meu coração

Oh, Acaso, senhor sem rumo, sem juras, sem fim!