ORAÇÃO DE JUNHO 2013

Oh, Pai!

Mais uma vez venho aos Teus pés, derrotado em minhas pretensões. Peço humildemente o perdão e cheio de vergonha por ser uma pessoa tão fraca e Tu, Senhor, ter me confiado tão importante tarefa. Eu queria ser uma ovelha desgarrada do Teu redil, talvez seja... queria ser procurado por um Bom Pastor e ser encontrado... Mas talvez tenha acontecido tudo isso... eu já fui desgarrado... Já fui encontrado... fui ensinado... agora estou em condições de ajudar os irmãos que estão em mais dificuldades. Sei que vós, Pai, me concedeu a inteligência e a oportunidade de calcar a escada acadêmica, estou quase no topo; sei que me destes oportunidade de ler as Tuas mensagens em todos os livros espiritualistas e achastes por bem colocar em minha consciência uma missão. Mas, Pai, perdão em falar assim, mas será que não errastes quanto a minha competência? Sei que não errastes com Paulo, com Francisco de Assis, com Gandhi, com Martin Luther King, com Clara de Assis, com Maria de Nazaré, e com o exemplo máximo, Jesus Cristo e sua grande tarefa.

Qual é a minha tarefa, Pai? Ajudar a construir o Teu Reino, sim eu ouvi, mas se não consigo colocar um simples tijolinho em momentos importantes? Se uso esse recurso para potenciar os prazeres que a carne pode oferecer? Que espero o reconhecimento de terceiros que alimentam a minha vaidade? Olha, Pai, para a extensão dos meus erros... jamais eu li ou ouvi que um filho Vosso fosse tão incompetente, medroso, displicente!

Eu me sinto mais como uma ovelha desgarrada do que como um Pastor. Agora entendo quando o Mestre, pediu, “Pai, afasta de mim esse cálice!”... e quero esquecer o que Ele disse em seguida: “Mas se faça a Tua vontade, e não a minha!”...

Mas é extrema covardia apagar o que escrevestes em minha consciência. É como se eu tivesse escrito tudo isso para publicar no Recanto das Letras e o editor resolveu simplesmente apagar, pois tinha os seus motivos íntimos.

Então, Pai, não posso apagar a tua vontade que escrevestes em minha consciência, mesmo que os meus motivos íntimos aleguem preguiça, medo, displicência, prazer mundano, seja o que for... Não poderei jamais apagar a vossa ordem: ajuda a construir o meu Reino assim na Terra como no Céu!

Sou preguiçoso, medroso, displicente, desorganizado, lascivo... tudo isso e mais alguma coisa que o meu ego tentando me proteger não manda a palavra certa para a consciência. Mas tenho comigo a senha mais importante: eu o reconheço como Pai, e como filho devo ser obediente; sou coerente com Tua vontade e por isso sofro todo esse impacto quando percebo que não fui eficiente na tarefa.

Assim, Pai, sinto que estou caído na lama da incompetência, mas não me maculei com a prática da orgia dos sentidos, apenas me deixei hipnotizar pelos cânticos dos prazeres da carne. Sinto a Tua enorme complacência a absorver meus pecados, a luz da Tua indulgência a limpar a minha consciência. Sinto forças para pegar de volta o cajado do Pastor que me oferecestes e ainda envolto com o pó da matéria suja, consigo olhar ao redor em busca das ovelhinhas perdidas que necessitam de uma voz, mesma que seja de uma voz tão tênue, de um toque, mesmo que seja de mãos ainda sujas, de um olhar caridoso, mesmo que seja de um olhar obnubilado de lágrimas pelas próprias fraquezas... Sim, Pai, eu sei que precisas mais de pastor que são poucos de que de ovelhas perdidas que são tantas, mesmo que seja um pastor tão fraco como eu... mas não posso negar tudo que me destes, e que devo pegar o meu cajado e seguir sem vergonha da minha fraqueza.

Sióstio de Lapa
Enviado por Sióstio de Lapa em 10/06/2013
Código do texto: T4333908
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