Odiar o Ódio
Sou cristão, tenho orgulho de ser cristão; sou católico, tenho orgulho de ser católico. E o cristianismo, por ser libertador, me ensinou a seguir os passos de Jesus, mas respeitando a liberdade que Deus nos deu. E essa liberdade traz, em seu bojo, a responsabilidade pelas nossas ações.
Como cristão, sou contra o casamento homoafetivo, mas isso não significa que sou homofóbico. Pelo contrário, tenho inúmeros amigos que são gays e tenho por eles uma grande admiração e respeito, pois a base de tudo, na vida, está no respeito. Cada um tem o direito de escolher os seus caminhos e os demais a obrigação de respeitar a decisão dos outros.
Como cristão, baseio as minhas posições na maravilhosa passagem sobre a mulher adúltera que se encontra no Evangelho de João. Jesus deixa claro que Ele não veio a esse mundo para julgar quem quer que seja. Veio para anunciar o Reino de Deus e mostrar o caminho da salvação. Naquela passagem Ele pergunta para a mulher : - onde estão todos, ninguém a condenou ? A mulher responde : - não Senhor. E ele finaliza : - nem Eu a condeno. Vá e não peques mais.
Ora, se Jesus não veio para condenar ninguém, pergunto : - quem é você para condenar ou julgar o seu irmão ? Com que autoridade você faz isso ?
No Brasil, vivemos, hoje, um momento critico : a violência jamais foi tão gritante. Bate à porta de todos : pobres, ricos, mulheres, homens, crianças, idosos. A impunidade impera no país e as autoridades nada fazem porque são parasitárias. O Estatuto da Criança e do Adolescente é maravilhoso, mas foi instituído na contramão da história. É um Estatuto para país de primeiro mundo e não para o Brasil, onde as desigualdades sociais são enormes e assolam de norte a sul, por todas as classes.
Antes de implantar o referido Estatuto, era preciso preparar e organizar a sociedade para recebê-lo. Mas, como sempre, enfiam pela goela abaixo do povo um documento sem que haja condições para implementá-lo. Criou-se, assim, um monstro. Os menores, conscientes da impunidade, tornaram-se criminosos profissionais : roubam e matam com toda a tranquilidade. São intocáveis !
A situação atual, nessa área, é perversa e injusta, tanto com os menores infratores, que não recebem amparo algum das autoridades hipócritas, quanto para com as famílias que perdem seus entes queridos assassinados por menores infratores, alguns com uma folha “corrida” colossal.
A sociedade, agora, se movimenta para implementar a redução da maioridade penal. Alguma coisa tem que ser feita, ficar como está é inaceitável ! E a sociedade está certa. Se o governo não cuida da juventude como manda o referido Estatuto, as famílias, então, ficarão de braços cruzados, como querem alguns, assistindo familiares serem dizimados ?
A redução da maioridade até pode não resolver o problema, mas é uma ação. Pior são os ingênuos que não apoiam a redução da maioridade, mas também não sugerem nada, qual será o interesse deles por detrás dos panos ?
Leandro Cunha