Duelando comigo mesmo
Amantíssimo, como podes observar há anos venho ostentando este duelo interno, que só nós, Tu e eu vemos. Perdoa por chamá-lo assim, mas já cansado dessa luta constante as vezes esqueço até da nossa condição, você o Pai e eu o filho ingrato sempre reclamando. Hoje, há! hoje? Bem, hoje vim mais uma vez tentar através da tua incansável ajuda, por um fim nessa batalha que arrasta por anos a fios.
As vezes é preciso uma trégua, até mesmo para que eu possa me posicionar, decidir de que lado deverei estar no ato da prestação de contas de minhas tarefas nessa abençoada morada.
Cresci sabendo que és o Único, mas infelizmente criei não sei como mais um, criei um outro deus, o deus da maldade, da discórdia, da raiva, da intolerância, enfim, aquele que leva ao fundo, quando deveria estar nadando na nata. Tenho de tudo e às vezes não tenho nada. Basta um não sei que, para me desviar do certo e cair no errado. Culpar a Ti? Não, jamais, pois também criei asas sabendo que era o único a arcar com minhas entradas em portas proibidas. És o meu parâmetro, não permita que eu me afaste de Ti.
Deus de amor, Deus da caridade, sei que não tenho esse direito, mas me ajude mais uma vez, pois tenho que vencer esse duelo e descartar de vez de dentro de mim o deus da mentira, do ódio e ficar somente contigo que é o da verdade, o Deus maiúsculo, o Pai que abraça o rico, o pobre, o certinho, o pecador, enfim, Aquele que ama sem distinção, ponha em minhas mãos o V da vitória no bem.
Que prevaleça em mim sempre a vontade de viver em harmonia, em paz não só dentro de mim, mas em todo o meu redor.
Que a tua luz jamais se apague de meu coração. Até breve.