A DOR QUE NINGUÉM VÊ

Suplico Senhor,
Neste domingo,
Afaste a dor de mim!
Ao menos um pouco que seja.
Ontem, tão intensa!
Depois de tanta tribulação
Não rejeito a sabedoria,
Existe recompensa
Ou, somente a indiferença?
Pus os meus pés nos meus grilhões
E o meu pescoço nas minhas cadeias.
Tentei aproximar-me com o meu coração
E guardei os caminhos com todas as minhas forças
E você não se manifestou Senhor.
E eu não encontro um descanso.
Lamentos são tantos
E tento ouvir
E não sou sábio.
O meu tempo de vida
É curto e cheio de tédio
Minha respiração é apenas uma fumaça
E a razão, uma faísca
Que faz bater o meu coração!
Tento ser justo, e não consigo.
Sou ímpio e me sinto indigno,
Perante o Senhor, Senhor!
Erga-me ao teu olhar!
Quero morrer mais depressa
Já não tenho esperanças.
A geração é formosa e quer ser casta,
Quer triunfar e ser coroada, Clã!
E eu Senhor, estou cansada e flébil.
A inconstância, dos meus dias,
Arrebata a minha vida,
Reflete no meu coração convexo,
E o põe perplexo,
Transtorna o meu espírito inocente!
Quem sente e quem vê a minha dor Senhor?
Minha pouca alegria é dissipada pela tempestade,
A justiça se faz couraça contra a insensatez
E a prudência se reforça nas ínfimas coisas
Que vivo, que possuo, que choro, que sorrio!
Reservo-me nos meus pensamentos dignos
Com o início, o fim e o meio do meu tempo,
Do curso dos solstícios,
Das vicissitudes das estações,
Das disposições de miríades de estrelas!
Peço licença de poder falar o que sinto
Pelo dom que recebi e me corrige!
Conceda-me a pureza e a sabedoria,
Um pouco que seja, apenas,
Não deixa que eu fraqueje.
Quero ser um pouco sol,
Um pouco noite e lhe peço:
Não deixe que me açoitem
Pelo menos, hoje, Senhor,
Amém!
edidanesi
Enviado por edidanesi em 08/04/2012
Reeditado em 18/06/2020
Código do texto: T3601433
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