Prece
Não me julgue mal, Senhor
Se eu vejo a tua obra
Como um baile de anarquia.
Às vezes, sinto-me como um palhaço
Que perdeu a fantasia
E a boca não consegue
Falsificar um sorriso
Mas, te sou grato, Senhor
Pelo coração que bate no peito
Cheio de fúria e de perdão
Pelos desenganos de não saber enganar
Por não ter a farsa entre as virtudes
Que a vida não me ensinou
Ainda assim, a vida é bela
Pelos tesouros abençoados da terra
Pelo teu sorriso e a minha dor
E vice-versa, porque nos amamos
Na alegria da flor
Espero estar aquí pelo tempo exato
De nos conhecermos melhor
E de quando em quando eu procurar
O refugio, na tua companhia
E os teus braços estendidos me ensinar
Os passos da dança
Não me deixe tropeçar nas artimanhas
Deste estranho carnaval .