Por piedade meu Deus(publicado a 17/11/2010)

O tempo passa,as recordações vão ficando.E quem não tem recordações do passado?

Do tempo da primeira aula, dos dias de festa, dos companheiros de carteira.

Recordações de uma vida que vai esmorecendo aos poucos.

Há quem diga que não tem recordações do passado. Todos,mas todos, temos recordações do passado

Mesmo aqueles que nascendo em berço de ouro,acarinhados pela vida fora,caminhando nas nuvens da abundância,mesmo esses têm recordações do tempo que passou.

Tal como naquele humilde casebre, onde a juventude já não mora, as ilusões de uma vida desfazendo-se pouco a pouco.

Até os dias mais cruéis,até esses deixam recordação mas não saudade.

Tal como o dia caminha para a noite,a vida vai escurecendo aos poucos.Que diferença faz?É mais um dia,mais uma noite,até que um dia se acabe,e a noite não se abra em um novo dia.

Aquele desafortunado da fortuna nada mais espera da vida.Há muito que a força da juventude se foi,ficando apenas como testemunho as árvores que foi plantando e vendo crescer ao longo da vida:aquelas pequeninas arvores,que foi vendo crescer pujantes de vida e de sonhos.

Lentamente elevando os olhos ao céu,pede simplesmente.

Meu Deus,por piedade,não deixeis que estas árvores que plantei,se tornaram frondosas onde a vida floresce a cada instante,que reguei com o suor do meu rosto,que o pão que lhes dei amassado com as lágrimas escorrendo pela face as tornaram fortes, fortes e dignas,

não acabem seus dias como este roble em fim de vida,sem aquele verde da esperança se esvaindo aos poucos.

Por piedade meu Deus!

Quo Vadis
Enviado por Quo Vadis em 17/10/2011
Reeditado em 23/03/2023
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