Vida
Pai, não quero nessa manhã tão bela de primavera,
Abrir a janela, sem limpar seu vidro.
Quero olhar o mundo e apenas agradecer.
Sentir n'alma o prazer de abençoar a minha outra profissão,
Aliás, tenho várias, a de mãe, professora, escritora, filha, esposa.
Em todas sou dengosa, o que me torna menina aos quarenta e poucos.
Vivo em alguns ambientes loucos, e acredito que de alguma forma
A loucura está em mim.
Quero viver, agradecer, escrever e não ter dívidas.
Mas, tenho, e não é só do fio-metal, mas de vidas que perdi.
Das lágrimas que derrameis, quero renovar meu peito,
E, ter o direito do Amor-Ágape, e não viver só com o eros,
Que me escraviza todos os dias.
Pai, quero sentir mais prazer em construir o mundo,
Mas me decepciono, me envolto em razões subhumanas.
Ás vezes, vivo como um ser único sem ninguém a minha volta,
E, outras quero abrir as portas do coração para amizades.
Mas, será que as tenho de verdade???
Pai, a minha vida lhe pertence, aquece pois este frio sonhador.
Conduza por veredas de amor,
E, não me deixe só.
Amém.