SOBRE A INOCÊNCIA E O PERDÃO - Depoimento de caráter pessoal

Zuleika dos Reis

Eu não sou inocente em lugar algum, nem em relação a qualquer setor da minha vida, nem na relação com praticamente todos os meus companheiros de jornada, assim como não sou inocente no que se refere a cada um dos destinos que me poderiam ter sido, nem no que se refere ao destino que me ficou.

Preciso do perdão de todos os “meus” e dos que, de algum modo, passaram a fazer parte, ainda que de modo periférico, da minha vida. Preciso do perdão de mim. Preciso da misericórdia e do perdão de um Deus que tenha a capacidade de perdão de uma mulher. Preciso do perdão de um Deus profundamente maternal.

Diz a Bíblia: “ Das crianças será o Reino dos Céus.” e também:“ Aquele que se humilhar será exaltado.” Minha criança interior não morreu, certamente, só não sei onde está. Se estou me humilhando... também não o sei. Apenas exponho o que sinto como verdade a meu respeito. É possível que eu me engane a seu tanto; quem sabe me haja atenuantes; quem sabe não seja eu tão absoluta e irremediavelmente culpada como estou me julgando e condenando, sem me abrir a possibilidade de apelação. De todo modo, confio-me ao Amor e a Misericórdia da Mãe e do Pai Divino. Amém.

Escrito na manhã de 25 de março de 2010, ainda no período da Quaresma; republicação na manhã de 19 de agosto de 2011.