Eu te peço
Eu te peço
Ó Deus, já que fizeste o homem como sal da terra e tempero da Tua satisfação, e És capaz de perdoar até mesmo os pecados “vermelhos como púrpura”, deixando-os “brancos como a neve”, não “desvie o Teu olhar” (Is 1:15) diante das nossas súplicas. Não nos deixe perder o encanto que temos por Tuas palavras e a crença na promessa: “Peçam, e lhes será dado! Procurem, e encontrarão! Batam, e abrirão a porta para vocês! ...” (Mt 7:7-11).
Deus, já que plantou no homem a carência da proteção, nos faça perceber o sondar da compaixão, antes de chegarmos à demência de nos apegar, por desespero, à aparente proteção mais próxima; se trouxeste a espada da separação, una agora os três e os dois (Lc 12:52,53) pelo espírito novo (Ez 11:19,20; 36:26,27). Adote-nos como suas ovelhas perdidas e nos dê a persistência obstinada da mulher que insistiu: “Sim, Senhor, é verdade; mas também os cachorrinhos comem as migalhas que caem da mesa de seus donos” (Mt 15:26,27). Reveja, Ó Deus, os Teus projetos e a fidelidade ao cumprimento das profecias e veja as aflições das mães que, como Raquel, gritam com a dor de seus filhos (Mt 2:18). Ouça-as, para que não se desesperem, achando que suas vozes também clamam no deserto. Reveja os “ai daqueles” e os “é necessário”. Mostre-nos que estás presente, para que, quando o Teu Filho voltar ainda nos encontre na fé.
Senhor Deus, nos ache e nos comova hoje, como Cristo achou e comoveu Zaqueu (Lc 19:5). Livre-nos da maldição da Lei, já que por esta foi acusado Jesus (Mt 9:3; 26:64,65; Mc 2:7; Jo 10:33; 19:7), levando-o à crucificação, e Estêvão (At 6:11) ao apedrejamento e à morte. Tenha de nós misericórdia, pois por esta Jesus salva do apedrejamento a mulher adúltera (Jo 8:4,5,7,10,11), surpreendendo os de pedras nas mãos.
Ó Deus, mesmo que não sejamos “ovelhas deste curral”, faça-nos do outro, que o Teu Filho “deve conduzir” (Jo 10:16), e estimule-nos a multiplicar os Teus talentos, para engrandecer a Tua glória.
Senhor, predestine-nos ao Teu chamamento, e queira ter misericórdia de nós, já que não depende só das obras (Rm 9:18). Senhor, nos chame de “Meus servos”, mesmo que por algum momento, tenhamos praticado algumas atrocidades.
Se “é pelo fruto que se conhece a árvore”, faça desnecessário frutificar outros frutos proibidos, outros Cains, outras Sodomas e Gomorras, outros Esaús, outros Manassés, outros Amalecitas.
Senhor do tempo infinito, amoleça a parte “endurecida de Israel”, para que venha logo a “plenitude das nações” (Rm 11:25); substitua “o coração de pedra por um coração de carne e um espírito novo (Ez 36:26,27)”; alivie o peso do peito desse povo sofrido e leve-o ao rumo da esperança.
Ó Deus, que crucificaste o Filho para nos livrar da “maldição da Lei” e da “suspensão no madeiro” (Gl 3:13), leve-nos à fé; livre-nos da “apostasia” (2Ts2:3) e do “poder da sedução” (2Ts 2:11); não “desvie o olhar e os ouvidos” da clamação daqueles que sofrem e suplicam por Tua compaixão. Mande-nos, pelo Espírito Santo, ao Teu Filho (Jo 6:37), para que um dia Ele não venha dizer: “... o pai de vocês é o diabo” (Jo 8:42-44).
E Tu, ó Senhor Filho, ame-nos como amaste Lázaro e olhe-nos com a comoção que olhaste a mulher adúltera, e nos livre dos apedrejamentos da vida.