SÚPLICA DO VIAJOR

Senhor Jesus

Se pesquisarmos na esteira do tempo, onde a origem de nossa dor, de nossa inferioridade moral, com certeza iremos encontrar a soberba, a maldade, os conciliábulos gerando guerras fratricidas, motivando o assassínio, as traições, a rapinagem, os estupros, a destruição, a morte...

Somos aqueles que, sempre encastelados no orgulho malsão, fingíamos acatar teus ensinos e, supostamente, julgávamos ser os detentores da primazia dos teus sublimes feitos quando entre nós e, nessa absurda pretensão, inventamos campanhas malfadadas no afã inútil de defender os chamados lugares “santos” mesmo sabendo que nunca tiveste uma pedra para repousar a cabeça, esquecendo para isso, a solidariedade, a compaixão, o amor ao semelhante como exemplificaste.

Na ampulheta das horas, desde há muito, jornadeamos na condição de mistificadores do Evangelho, farsantes que enganavam a si próprios; escamoteamos a Divina Mensagem, sempre adaptando-a aos nossos interesses imediatistas e rasteiros, impondo-os sem medir conseqüências, doesse a quem doesse...

Desta forma, inventamos organismos, estratégias de, supostamente, zelar pela fé dos semelhantes e, através de processos e métodos de tortura e flagelação, impormos a nossa “fé” aos que pensavam de maneira diferente quanto a forma de buscar o Pai Eterno...

Com isso, ajudamos a tornar mais negra a noite de muitas nações, por onde passamos como verdadeiras aves de rapina, embaixadores da morte, do desespero, e só paramos quando a dor, mestra eficaz e inclemente, alcançou-nos mostrando a nossa condição de precitos, de calcetas, de trânsfugas do Evangelho...

E este poder transformador tem conseguido desbastar nossas arestas espirituais e, hoje um tanto mais conscientes, aqui nos encontramos um tanto mais sensíveis, mais solidários, mais compassivos, entendendo que, só no trabalho redentor teremos a paz ditosa e santa que nasce em nosso íntimo, no lídimo bom ânimo cristão que dulcifica os teus seguidores...

É por isso que Vos suplicamos, não nos deixe seguir o passo em vão e, na condição de servidores imperfeitos que reconhecemos ser, dispõe como quiserdes de nós agora para a reconstrução do que outrora destruímos...

Assim seja!

PEDRO CAMPOS
Enviado por PEDRO CAMPOS em 06/01/2011
Reeditado em 25/02/2011
Código do texto: T2712376
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