CHUVA NA MEDIDA

O céu negro e cinza,

já persiste a semanas

a tua face tão ranzinza

pelas mazelas humanas.

Hoje chove, o verde belo,

amanhã charcos funestos

e um céu musgo-amarelo,

nas vozes dos meus protestos.

O que vale na noite o grilo,

ou no alvor o imenso frio,

e um luar com mais sigilo,

se tudo é tão sombrio?

Mande D´us um forte vento

dissipando as nuvens cinzas,

só um bem e um pensamento

traga o sol as flores lindas.

Veja a chuva aonde molha,

aonde vão as suas vagas?

Arrastando casas, desfolha,

é com as vidas que pagas?

Um pouco de piedade,

um sinal de compaixão,

chuva jorra a fertilidade,

mas estenda também a mão.

Espero do alto uma balança,

justa na sua boa medida;

com a chuva, a bonança,

com a bonança, viva a vida.

(YEHORAM)

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 05/01/2011
Reeditado em 10/06/2014
Código do texto: T2711409
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