Oração de um aprendiz de publicano – dedicada a alguns modernos fariseus

Senhor, meu Deus, perdoe-me se ouso elevar os olhos aqui, do fundo de Teu majestoso templo da vida, e escrevo algumas pobres linhas, mas Tu bem o sabes que em muitas horas não há como calar. Aliás, Pai, escrevo para agradecer e pedir perdão, para mim e tantos outros. Sem Tua misericórdia, NADA É POSSÍVEL. Assim...

Obrigado, Humilde Senhor que rebaixou-se até ser como um de nós, apenas sem o pecado, obrigado por aqueles são tão ricos que de nada mais precisam. Ricos de saúde, ricos com famílias tão maravilhosas, filhos inteligentes, livres, mas fiéis a Ti e a seus pais, esposas de corações tão valiosos, ricos por terem toda o teatro da Criação e não precisarem de tanto dinheiro para viver. Alguns lutam tanto por ele, Senhor, que se esquecem de Ti, a única Joia Preciosa!

Obrigado, Onipotente que a nada teme e a todos governa, obrigado por aqueles tão covardes que não têm a coragem de ser paranóicos com a segurança, por viverem com a consciência tranquila e tentarem sempre fazer de suas casas verdadeiros lares e nunca fortalezas. Covardes por preferirem não ir à guerra, mas trabalham pela paz Afinal, se Tu não nos bastas, o que bastará? Se alguém nas casas entrar, ou algo roubar, ou mesmo matar, é de Tua Vontade Senhor e só podemos aceitar. Perigoso? Ah, assim a vida fica mais leve e fácil e dormimos sempre como crianças protegidas.

Obrigado Inocente Cordeiro, por eu não ser tão puro que meus olhos me impeçam de ver o diamante escondido no lodo, de ser tão imaculado que esqueça da inocência dos pequenos, de achar que sou um dos eleitos e o Céu é minha propriedade. Afinal, meu Mestre, só há vaga para três na Santíssima Trindade. Sei que jamais haverá um quarto e Tu mesmo ensinastes que não nos cabe tirar ciscos em olhos alheios, pois a trave está em nossos olhos!

Obrigado, Deus do silêncio sereno, por não termos que falar tanto para chegar a Ti, de não precisarmos gritar ou simplesmente mandar, quando Tu mesmo só quisestes servir.

Obrigado, Senhor que respeita a liberdade humana, que despreza a fofoca e quer ensina que o Amor é que cura e une, pois és Tu o verdadeiro Amor e tudo o mais é pó diante de Ti. Obrigado, Mestre, por respeitar a diferença e nunca agir para separar.

OBRIGADO SENHOR

José Pinheiro Júnior
Enviado por José Pinheiro Júnior em 22/12/2010
Código do texto: T2686126