Oh! Grande Deus estenda-me a tua palma,
Confuso vivo meus dias.
A paixão envaidece a minha alma,
Brindo com ela o dissabor da falsa alegria,
Sinto tua grandeza, teu amor, e minha vida segue vazia.
É tão imenso o vazio em mim...
Nada pode saciar minha fome.
Busco abrigo em teu paraíso, e tua luz me some,
Peregrinando, cego, clamo pelo teu nome.
Já ouvi o cântico dos anjos felizes...
Derramei meu pranto venerando-te com fervor.
Tu que és grandioso, que és filho da virgem,
Purifica minha origem, e dá-me o perdão do teu amor.
Faça que eu trilhe teu caminho e liberta-me da dor.
Mostra-me quão dissimulada é a vaidade do mundo,
Faça que eu sinta a podridão impregnada no seio da humanidade.
Deixa-me ouvir o desespero das almas perdidas no abismo profundo,
Revela-me quando a bonança dos homens fora substituída pela crueldade.
Por fim, permita-me renascer com a esperança no berço da verdade.
Sou teu filho, que vagando ficara perdido,
Fui para longe de ti, e caminhando ganhei feridas.
Dos vales sombrios volto arrependido...
Quero agora louvar teu nome, dedicar-te minha vida,
Quero inundar minha alma deserta,
Com as virtudes da tua água viva.
Amem!