CHUVAS DE NOVEMBRO
Sopra Afberi e cobre os céus
que faça vir as chuvas com moderação,
o necessário para a terra
sem que causem devastação.
A minha´alma sofre pelas vidas
que vão ceifadas pelas comportas
enxurradas nada são benditas
e ficam ali as chuvas mortas.
Águas impuras, crianças indefesas,
pobres criaturas que choram
suas lágrimas formam grandes represas
e seus sonhos molham.
O Senhor do senhor das chuvas
tenha plena compaixão
sacie de fato as plantas e as uvas
sem que os mate no verão.
Afberí é o anjo da chuva, que rega a terra,
ele forma as nuvens densas e escuras
e cria um clima de verdadeira guerra
na atmosfera, batalha nas alturas.
Mas que lá lembrem do seu arco de cores,
sinal da paz, do fim da sua ira,
não é orvalho o orvalho, são os destruidores,
e que o fraco nunca fique na sua mira.
Amo a chuva de novembro, as densas águas,
me embalo a noite com o seu som harmonioso
que apaga dentro em mim todas as mágoas
e modifica meu temperamento genioso.
Mas não ficaria tranquilo dormir assim,
sabendo que outros não tem a mesma sorte
que não podem sonhar como um sonho de mim
o avesso de tudo são águas de morte.
Cuide da terra, mas cuide dos humanos,
venham as chuvas, venham para regar
isso não frustraria em nada os teus planos
se as vidas indefesas pudesse poupar.
Gosto do céu azul e da luz do teu sol,
me agrado do céu cinzento no seu tempo
pois é lindo ver a paciência de um caracol
e a velocidade do meu pensamento.
Que tudo esteja em seu devido lugar,
que pague pelos erros o próprio infrator
que usufrua da chuva sem nada mudar
a terra cultivada pelo seu criador.
(YEHORAM)