Senhor do tempo,
Permita-me a ti desabafar minhas dores, meus argumentos, meus anseios!
Meus olhos procuram seres que entendam minha história e não a julguem... Tento gritar! Alguém poderá me ouvir, me entender? Apenas o eco de minha voz me responde com as mesmas perguntas.
Então Senhor, clamo a ti! Responda-me, porque o deixou partir?
Eu ouvi dele falarem, que era um homem mal, frio e sem amor no coração!Eu não aceito essas palavras, pois um homem que sente dores, que se acalmava ouvindo minhas palavras, tem alma, sentimentos, emoção!
Um coração frio não me contaria que quando era apenas um menino, jogava bolinhas de gude na rua com os amigos, as melhores bolinhas, aquelas sem defeito, quando tinha uma menina por perto olhando ele pedia para que ela as guardasse. Eu fora comparada aquela menina no canto da rua segurando as bolinhas de gude de meu menino!
Um homem sem alma, sem piedade e sem coração, não me ligaria no meio da madrugada fria, simplesmente por preocupação!
E aqui senhor estou eu, escrava cativa de um amor, não tenho respostas, nada posso fazer além de clamar aos céus que o tempo passe rápido; entendo que o tempo com suas mãos cheias de bálsamo, não me fará esquecê-lo, apenas acostumar-me com sua ausência.