A beira do abismo

Mas uma vez me encontro aqui a beira deste grande abismo. Só que desta vez é diferente das outras, isto porque trago na bagagem uma quantidade bem mais elevada do conhecimento que nos proporciona meios mais eficazes de enfrentar os atropelos da vida mundana, o que seria uma grande perca depois de lutar tanto para consegui-los. Das outras vezes em que estive aqui, foi mais fácil desistir de pular de vez nesse grande buraco negro de dores e sofrimento e voltar a conviver novamente nesta sociedade insana. Por essa razão acredito que a fé para ter coragem de novamente me livrar desse buraco, tem que ser multiplicada por mil.

Pai amado, sei que já me encontro em dívidas com meus pedidos de socorro, mas como sei também que és a bondade em Excelência, acredito que não me furtarás em mais um. O meu maior medo desta vez não é de me transformar em um Daimon, mas sim, de me transformar no maior de todos os Daimones, o que seria a minha verdadeira derrocada.

Senhor de todos os Senhores, é por isso que mais ma vez confessando estar com o coração coberto por uma nuvem negra de ressentimentos que nele não poderiam estar, venho prostrar-me a seus pés suplicando clemência. Ouça-me se for possível se é da tua vontade me ouvir e me ajudar mais uma vez. Não me julgando ainda o pior de todos os seus filhos, me despeço agradecendo por toda a ajuda que já me proporcionastes e com a certeza de que muito ainda me ajudará, rendo-lhe graças.