E no fim não haverá fim

Quando descolar-se o sol do céu e choverem as estrelas da noite para longe de tudo que é esperança, estarei ainda na carona de Tua vigília, oh, Alma Santa!

Poderá mesmo a empresa do horror mutilar-me os sonhos e poderá o lado cruel de cada indivíduo sufocar-me de abraços frios, que não me tornarei um servo da estaca da ruindade e da mágoa venenosa que lentamente estraga os filhos da terra.

E ainda que esteja no deserto da miséria, jamais tomarei da poção corrupta que caminha dentro da pátera, pois transborda do suco da discórdia e dos rios odiosos que inundam os espíritos humanos.

Posso mesmo chorar as culpas humanas, mas não as condenarei, ainda que a tristeza aguda me agulhe o peito.

Pois sei que meu ato é Tua vontade e minha palavra é Tua voz, e que toda gota do meu rosto é para o cálice de Teu amor.