Adoração
O Senhor quando meus joelhos se dobraram,
e as lágrimas rolaram, a voz emudecida soou embargada,
não tinha nada de mim para ofertar,
faltou força para impulsionar as palavras,
e senti a falta da tua tremenda presença em mim.
Meus lábios quiseram expressar minha terna devoção,
adoração que os olhos não enxergam,
apenas o coraçaõ sente, embargado coração,
tanto chorei, tanto quis e as vestes se rasgaram.
Tornou-se furtivos meus pensamentos,
em cada palavra um pedido, um clamor,
adoração convertida em cheiro suave, prantos,
entre um e outro minuto, o silêncio cortado, novo clamor.
Adoração em forma de poesia,
minha massa informe se descobre, nua é vista,
nada se esconde de teu olhar, meu coração rasgado tu aprecias,
e eu humano me condiciono a pequenos pedaços,
delírios fragmentados em devaneios relembrados.
No chão apenas o resto purificado,
a essência de uma alma cansada, sofrida em teus anseios,
perdidos, jogados, errados, traçados por um destino cruel,
mas não tão forte quanto as lágrimas molhando o papel,
deslizando a face triste.
Recebe minha adoração,
recebe minha alma que é tua,
e não esqueça Senhor o meu suspiro.
Esvaziado de mim, prostado aos teus pés,
confesso a dor que em meu peito agoniza,
adoro por apenas ter vivido intenso sentimento,
poeta que sorriu quando a vida não lhe sorria,
e amou mais do que podia em seu mundinho.