Adoração

O Senhor quando meus joelhos se dobraram,

e as lágrimas rolaram, a voz emudecida soou embargada,

não tinha nada de mim para ofertar,

faltou força para impulsionar as palavras,

e senti a falta da tua tremenda presença em mim.

Meus lábios quiseram expressar minha terna devoção,

adoração que os olhos não enxergam,

apenas o coraçaõ sente, embargado coração,

tanto chorei, tanto quis e as vestes se rasgaram.

Tornou-se furtivos meus pensamentos,

em cada palavra um pedido, um clamor,

adoração convertida em cheiro suave, prantos,

entre um e outro minuto, o silêncio cortado, novo clamor.

Adoração em forma de poesia,

minha massa informe se descobre, nua é vista,

nada se esconde de teu olhar, meu coração rasgado tu aprecias,

e eu humano me condiciono a pequenos pedaços,

delírios fragmentados em devaneios relembrados.

No chão apenas o resto purificado,

a essência de uma alma cansada, sofrida em teus anseios,

perdidos, jogados, errados, traçados por um destino cruel,

mas não tão forte quanto as lágrimas molhando o papel,

deslizando a face triste.

Recebe minha adoração,

recebe minha alma que é tua,

e não esqueça Senhor o meu suspiro.

Esvaziado de mim, prostado aos teus pés,

confesso a dor que em meu peito agoniza,

adoro por apenas ter vivido intenso sentimento,

poeta que sorriu quando a vida não lhe sorria,

e amou mais do que podia em seu mundinho.

Francis Poeta
Enviado por Francis Poeta em 08/11/2009
Código do texto: T1911192
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